segunda-feira, 5 de novembro de 2007

CARAVANA LIBERDADE & EXPRESSÃO


Aos Fatos


  • 95 % da população carcerária é de pobres ou muito pobres
  • 60 % são pardos ou negros
  • 80 % é o número de reincidência

As pessoas que se encontram no sistema carcerário Brasileiro estão num beco sem saída.

Como já é do conhecimento de todos, á re-socialização não existe, apenas a um fiapo de dignidade pode ser visto através de uns poucos, pouquíssimos guerreiros na área educacional do SEAP.
A Fundação Santa Cabrini (responsável pelo trabalho dos apenados no sistema) também é é uma ilusão.

Os números não jogam a favor.

O sistema apenas potencializa a violência, aumenta o negro drama, industrializa e padroniza a exploração dos presos através de compras superfaturadas, de contratações de cargos comissionados, de construção de novas senzalas para abrigar mais presos condenados por uma justiça corrupta, lerda e fascista.

A pior condenação, no entanto é feita pela sociedade que assiste a todas estas coisas e com seu silencio covarde e permissivo, acolhe as atitudes do estado omisso, abusivo e corrupto.

Com os pés no chão digo que o efeito que exercemos ao entrarmos e sairmos de dentro de penitenciárias é muito pequeno, é irrisório, é quase nada, mas de fato é uma ponta de esperança que alcança aquelas pessoas e propaga a mudança e o crescimento do individuo.

Incentivar a leitura é o mínimo que podemos fazer.

Levar a música a poesia, incentivar as várias formas de cultura, convidá-los a participar e expor suas formas de expressar a arte, é o mínimo que podemos fazer.

Dar lições de moral, pregar uma moralidade irreal e trabalhar com aplicação de blefes,a hipocrisia não é o que transforma, não são discursos vazios, imperativos e pretensiosos. Isso ai eles tem aos montes, 24 horas por dia, estes se proliferam no sistema carcerário assim como os ratos que transitam pelas galerias.

São aqueles famosos que estão...“Servindo ao estado, um PM bom, que passa fome mais é metido a Charles Bronson...”(Diário de um detento/Racionais Mc´s)

O primeiro mandamento da Caravana é a IGUALDADE.

Nosso dever é incentivar o estudo e a literatura para um crescimento
pessoal e do coletivo, não podemos plantar falsas esperanças no coração
daquelas pessoas, de maneira nenhuma.

Isso seria covardia.

Temos que ser cada vez mais coerentes na fala. Seremos cobrados mais
cedo ou mais tarde por isso.

O jogo é esse, quem tem que mudar, transformar somos nós e ai sim poderemos cobrar as autoridades e a sociedade, que não dá oportunidade a ninguém pobre, negro e morador da favela, o pensamento desta sociedade, é que todo esta população carcerária vá para o inferno, essas mesmas pessoas que não dão oportunidade e emprego para quem já passou pelo sistema, que discrimina, que pratica essa violência velada, que planta e depois na colheita não suporta o gosto amargo deste fruto, o troco.

No início desse projeto, não sabíamos ao certo porque fazíamos, apenas
seguíamos um instinto, abraçamos a oportunidade, mas realmente esse é um projeto que não tem indicadores, estamos tentando fazer algo para diminuir o impacto das desigualdades sociais, se colocando como iguais.

Continuaremos dando murros na ponta dessa faca até perder o braço se for o caso.

Não vamos resolver os problemas do sistema carcerário Brasileiro, isso seria livrar a cara do Governo e da Sociedade.

Temos que estar atentos e andar em estado de alerta com estes
caras, que gostam de usar nossa imagem para tapar a incompetência
deles.

Nós geramos mídia positiva pra eles e temos que ser exímios jogadores, peritos nessa arte para revertermos às coisas para o lado de quem interessa, que são os menos favorecidos.

Vamos incentivar a leitura!

Vamos arrecadar livros.

Vamos abrir bibliotecas.

Vamos nos esforçar ao máximo!

Porque o Máximo ainda não é nada frente 500 anos de atraso!!!

Esse é o nosso papel, e espero sinceramente que essa iniciativa ainda
seja copiada e que surjam dezenas de Caravanas.

Um comentário:

Ivanna Paula disse...

Olá Sou Ivanna moro em Salvador,fiquei conhecendo o Projeto da Caravana há pouco tempo, através de um programa de tv. Fiquei encantada!!!pois aqui em Salvador faço um trabalho em uma instituição penal, além de ter produzido minha monografia sobre a temática da privação da liberdade! gostaria de ter mais contato com as idéias de vcs e poder participar de alguma forma!!!
aguardo resposta
abçs ivanna (ivanna.castro@gmail.com)