Hoje estive na Alerj, numa reunião da comissão de direitos humanos onde estiveram presentes diversos grupos tais como MST, Tortura Nunca Mais, o músico Marcelo Yuka, a impressa e um representante da ONU.
Muito foi dito, e aliás político é uma raça que realmente sabe falar né!
Discursos humanitários, sobre luta de direitos humanos, sobre violência policial, sobre democracia, sobre denúncias e etc.
Conclusões que se chegam?
Como sempre nenhuma.
Particurlamente detesto debates, fóruns e coisas do gênero, porque se fala muito e no final não temos ação nenhuma.
Esse ano fui convidado a cinco debates, recusei todos. Não acredito mesmo nisso. Não acredito nesses caras de terno, prefiro considerar os ambulantes, os engraxates, as empregadas domésticas, os trocadores, camelôs, os comerciantes dos morros, essa nossa gente que acredito se aproximarem bem mais da verdade do nosso país do que esses caras que são ditos representantes do povo.
Esses caras engravatados não me convencem mesmo. Eles falam sempre o que seu eleitorado quer ouvir, um jogo manjadíssimo, e até mesmo aqueles que se dizem defensores dos direitos humanos dá pra notar em suas falas que eles se baseam muito nos discursos acadêmicos, que na realidade de vivência do outro lado sabem muito muito pouco.
Repetem sempre a mesma ladainha, os mesmos clichês, mas no final se enforcam nas suas próprias falas.
E o movimento Hip-Hop? O que é isso afinal? Tenho grande respeito aos grafiteiros e aos dj's, que realmente mudam vidas e transformam seu meio, mas e os mc's, os tais "representantes"? O que eles fazem? Representam o que? Prefiro nem entrar nesse mério mas não poderiadeixar de cita-los.
Sou e estou cercado de pessoas práticas, de ação, que pensam em algo e no outro dia já estão colocando o verbo em movimento.
Posso citar alguns exemplos disso ocorridos só no ano de 2007:
- Caravana Liberdade e Expressão: No início nem tínhamos um porque claro de fazer isso, apenas vimos a oportunidade e saimos fazendo, para descobrir nosso porque ao longo dessa caminhada, filosofia zero.
- O Sol Quadrado Também Brilha: Zaccone teve a idéia e um mês depois arrumamos tudo e o jornal já estava e está circulando.
- Manifesto contra a política de extermínio: Yuka preparou o texto, veiculamos na internet e uma semana depois nos reunimos na Fundição com toda a imprenssa a nossa volta para divulgar o manifesto, trêsdias depois este mesmo já estava nas mãos do tal representante da ONU.
Na Caravana especificamente quem entra numa de ficar de discurso moral por exemplo é afastado automaticamente. Nenhum de nós pode entrar nessa de pagar discurso pra alguem, pois erramos em inúmeros pontos, somos falhos como qualquer um.
Nós entramos em comunidades e em prisões apenas para fortalecer na medida de nossas possibilidades e na nossa fala apenas fazemos as perguntas e são elas:
- Quem lucra com vocês nessa situação?
- Quem ganha com a guerra de nós contra nós mesmo?
- Quem fica com o prejuízo?
E encerramos por aí.
Sem discurso, sem promessas e com os pés no chão.
Minha utopia mental é a unificação total do povo das periferias e trabalho arduamente a fim de construir este cenário, sei que é muito difícil, pois plantaram um ódio entre nossos semelhantes muito profundo, mas já consigo ver um pré-disposição nesse sentido e lutaremos por ela até a última gota de suor ou sangue.
Aos que falam pouco e agem mais, um grande salve, e aos que falam demais fica o alerta: as ruas cobram!!!
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